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Falamos sobre a grande dúvida que existe entre optar pela criação de um novo negócio e, com ele, encarar todas as intempéries e inseguranças que o novo proporciona, ou investir em uma franquia, um negócio testado, uma marca forte, com grande penetração no mercado que, de certa forma, “pule” algumas dessas etapas iniciais que, por vezes, são mais do que suficientes para fazerem aquele novo projeto simplesmente desandar.

Consideremos aqui que estamos decididos. Escolhemos a segunda e (ao que tudo indica) mais segura das opções. Vamos nos tornar franqueados e explorar uma nova unidade de uma rede de venda de produtos ou serviços que já se encontra em operação e possui um negócio testado e de conhecimento do público consumidor.

Contudo, para que essa seja de fato uma opção segura, é muito importante, neste momento, que não deixemos de lado o zelo pela contratação que se pretende. Sim, pois, é na procura da “franquia ideal” que escolhemos com quem iremos nos relacionar nos próximos cinco anos (pelo menos) de nossas vidas e isso não pode ser menosprezado.

Não se pode escolher um segmento de atividade, ou uma franquia, porque achamos as lojas “bonitas”, porque “parece” ser um negócio legal, porque o sobrinho da nossa vizinha indicou e coisas do gênero. Nem o contrário. Não podemos da mesma forma, escolher uma franquia cuja atividade não nos agrada, ou com a qual em nada nos identificamos.

É exatamente como no casamento. Se não era bom na época do namoro, a tendência é só piorar depois de casados. E se era bonita e não dava resultado, o ideal era que se saiba disso antes de contratá-la.

Pois bem. Como se faz isso então? Como se define qual franquia que iremos contratar? Mais uma vez dependerá de quem está contratando. Da sua intenção e expectativa em relação ao desenvolvimento do negócio.

Há alguns anos o perfil do franqueado era formado, em sua maioria, por ex-funcionários de empresas, esposas ou filhos de empresários ou funcionários públicos, todos aqueles que, de alguma forma, a custa do trabalho de uma vida, conseguiram amealhar algumas economias e com elas pretendiam perseguir o sonho de ter seu próprio negócio.

Atualmente esse perfil se modificou bastante. É muito comum nas mais variadas redes, em todos os segmentos por onde se desenvolve o franchising, vermos “franqueados empreendedores”, aqueles que possuem capital e procuram diversificar seus investimentos através da exploração de negócios formatados, com os sistemas de operação bem definidos, que lhes permitam administrar várias unidades, de diferentes marcas, simultaneamente.

Portanto, se antigamente a preocupação de se investir as economias em uma franquia já era o bastante para justificar o cuidado na procura e contratação com uma rede, atualmente, com o crescimento e expansão do alcance dos sistemas de franchising, esta preocupação deve ser ainda maior. Quem já atua com sucesso em alguns negócios, pode comprometer a saúde financeira de todas as suas operações ao contratar mal uma nova franquia.

E pior. Às vezes, é simplesmente o erro na escolha da franquia que se irá operar o que põe tudo a perder. Erro este que pode ser evitado apenas com algumas precauções iniciais, prévias, que antecedem a assinatura e a contratação propriamente dita.

Pensamentos equivocados, crenças e expectativas irreais, podem fazer do novo negócio uma verdadeira tragédia. Sem exageros. Não é raro vermos casais se separando, filhos brigando com seus pais, amigos que se tornaram sócios se transformando em inimigos, simplesmente porque escolheram mal onde investir seu dinheiro e suas expectativas de futuro.

Pensar que todas as franquias são iguais, que ser franqueado de uma marca forte, por si só, é sinônimo de sucesso e garante um enriquecimento rápido, pensar que ter uma franquia significa não ter que cuidar do próprio negócio pois ele se desenvolverá sozinho e que a franqueadora estará lá para fazer tudo por você, são alguns dos pensamentos que podem levar ao fracasso da operação.

A experiência mostra exatamente o contrário. A identificação com o negócio e análise detalhada do perfil da franqueadora e da forma como ela se relaciona com sua rede, podem fazer toda a diferença para o sucesso dessa empreitada.

Considere também sua própria aptidão para a atividade que está se propondo. Procure identificar em si, quais são as suas pretensões e desejos. Se não pretende estar atrás de um balcão, em pé, servindo clientes, não contrate uma franquia do segmento de alimentação. Se não pretende trabalhar de domingo a domingo, não contrate uma franquia que concentra suas unidades em shoppings centers. Considere qual será a sua contribuição, a sua dedicação pessoal para o desenvolvimento de sua operação. Somente depois, parta para a escolha de uma rede para ser tornar franqueado.

No próximo artigo, falaremos sobre quais os documentos devem ser apresentados pela franqueadora e analisados previamente por aqueles que com ela querem contratar.