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Há pouco mais de um ano conheci um franqueador que, pessoalmente, muito me encantou. Um jovem super motivado, com ideias, comunicativo, vendedor nato, com um instinto natural de empreendedor e uma enorme vontade de vencer, mas para uma franquia funcionar é preciso mais que isso.

Sendo assim, passada a primeira impressão, minha experiência no mundo do franchising me fez querer conhecer um pouco mais do negócio que ele estava explorando. O que exatamente era comercializado em suas unidades, quantas lojas estavam em operação, quais eram próprias etc e tal. Não tenho dúvida que, depois de alguns minutos “matando” minha curiosidade, ele deva ter se perguntado por que eu tanto queria saber…

Juro que a intenção é boa. Como vivo, intensa e diariamente, essa relação entre franqueador-franqueado, gosto de saber a origem, de onde surgiu a ideia daquele negócio, o que o fez dar certo ou não, qual é a visão dos envolvidos diretamente e tudo mais que possa distingui-lo no seu mercado de atuação.

Neste caso específico, lembro-me que, depois de nossa conversa, após saciar minha talvez deselegante curiosidade, infelizmente, tive a exata percepção que, não obstante o perfil empreendedor daquele rapaz, no máximo em 1 ano ele teria problemas com sua rede de franquias.

Explico: pelo que ele me contou, todo o seu negócio estava baseado na sua imaginação e não em dados concretos. Ele jamais operou pessoalmente uma unidade com a sua marca. Jamais esteve à frente de uma operação. Jamais atendeu um cliente ou viveu o dia-a-dia comercial de uma loja. Ou seja. Ele teve uma ideia sobre um formato de atividade, criou um layout em computador e com sua extrema habilidade para se relacionar saiu negociando suas ideias em formato de franquias.

Como previ menos de um ano se passou, e os problemas já começaram a acontecer e de uma forma que, sob o meu ponto de vista, não será possível reverter.

Franquear ideias (por melhores que sejam) potencializa os riscos envolvidos na contratação. A rigor, quando o que se tem é apenas uma ideia, nada há ser repassado ao franqueado. Quando a atividade está apenas no aspecto subjetivo e não existe concretamente, não há know-how detido pela franqueadora. Não há sistema de negócios formatado. Aquela atividade não deu certo em lugar nenhum e há uma grande chance de não dar certo também para os franqueados.