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A privatização de ideias comuns

A privatização de ideias comuns

Com os números expressivos do franchising nacional, não é de se espantar que a cada ano apareçam novas ideias sobre negócios a serem expandidos através deste tipo de sistema.

A verdade é que, de fato, a maioria das atividades empresariais pode ser formatada para expansão através de franquias. Compra e venda de produtos, prestação de serviços de todo tipo, vendas virtuais, ensino de idiomas, educação em geral etc.

No entanto, é muito importante que sempre sejam levados em consideração os exageros de avaliação. Todos aqueles que detêm marcas já estabelecidas e um sistema de negócios eficiente têm uma tendência a supervalorizar sua atividade e sua empresa. Muitos consideram que , ao se tornarem franqueadores, terão súditos, seguidores, governados, em vez de franqueados e, com isso, se sintam acima do bem e do mal.

Com este sentimento, existe uma grande chance da empreitada não dar certo principalmente se o novo franqueador desconsiderar que se trata de um novo negócio totalmente diferente da sua operação original e que o franqueado não seguirá simplesmente suas informações e modo de trabalhar. Haverá questionamento, haverá discordância e sempre será necessário gerenciar a “nova” relação de franquia

Estou vivendo exatamente um caso assim, representando um franqueado em ação judicial proposta pela franqueadora, onde o que se pretende na realidade é “privatizar” a venda de hambúrguer, cachorro quente, salada, sanduiche americano e etc.

O franqueado possui mais de 10 anos de operação, de um negócio que iniciou junto com a franqueadora, cuja marca sequer era conhecida no shopping onde se instalou. No curso do contrato ele investiu no local, adquiriu o imóvel, incrementou a operação e, especificamente neste caso, muito pouco contou com o apoio da franqueadora.

Ocorre que, com o término do prazo contratual, a franqueadora, visualizando que o território do franqueado estava muito bem trabalhado, decidiu por não renovar seu contrato e, com isso, “pretende” impedi-lo de permanecer no mesmo ramo de atividade.

Obviamente, diante das peculiaridades do caso concreto, onde diversas obrigações da franqueadora haviam sido desconsideradas durante a contratação, minha orientação foi no sentido de que houvesse completa descaracterização da unidade para prosseguimento de suas atividades

Não basta ter uma ideia para “privatizá-la”. Para que a personalize, há necessidade de claros traços distintivos. Negócio que não pode ser distinguido não justifica vedação de concorrência.

 

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Franqueando ideias

Franqueados enganados

Franqueados enganados

A realidade de franqueados que investiram tudo que tinham e viram suas expectativas se frustrarem em redes de franquias sem potencial é muito comum. Não adianta investir em uma rede de franquias sem preparo e sem condições de oferecer suporte, e muito menos retorno.

Melhor explicando. Quando alguém resolve investir suas economias em um negócio, deve fazer isso, cercando-se de todos os cuidados possíveis. Acreditar em um sonho e nas promessas dos outros não pode ser determinante para se tomar a decisão. Pesquisar redes, consultar franqueados e seus resultados financeiros, questionar a solidez da marca e sua forma de trabalhar, é o mínimo que um candidato deve fazer.

Não se pode comprar uma franquia sem considerar que o que se está fazendo é um negócio e, portanto, está sujeito a riscos, ao mercado e a conjuntura econômica.

Desconfiar de quem promete resultado, de quem garante sucesso é básico para contratar com qualquer franquia. Ninguém que oferece um negócio pode garantir que ele dará certo e, da mesma forma, quem o compra não pode aceitar essa garantia como verdade absoluta.

Franquias tendem a minimizar os riscos do negócio, mas não são, por si só, garantias de sucesso. Portanto, cada um sempre deve fazer a sua parte, porque, depois do dinheiro investido, simplesmente culpar o franqueador com certeza não irá reverter ou minimizar o prejuízo.

 

Virada de Bandeira

Virada de Bandeira

O termo virada de bandeira é utilizado no mundo das franquias como sinônimo de deslealdade e traição. Pode ocorrer de ambos os lados, seja do franqueado para o franqueador ou vice versa. O termo é posto em prática quando qualquer uma das partes não cumpre aquilo que foi combinado no contrato. O dever de zelar pela contratação e de agir com boa-fé vale para ambos.

Ninguém está livre de sofrer com a má-fé alheia, mas quem age fundamentado nela arma seu oponente. Diante disso, apesar da decepção provocada, resta buscar o direito como forma de fazer valer aquele contrato que foi, durante todo seu curso, intensamente preservado e cumprido para que, ao final, a boa-fé prevaleça.

Dia do supermercado

Dia do supermercado

Nós da Von Jess & Advogados, gostaríamos de parabenizar a  todos os donos de supermercados do Brasil.  Desejamos muito lucros e felicidades  neste ano.

Queremos que saibam que estamos aqui para disponibilizar qualquer tipo de ajuda ou consultoria de franquia que precisarem.

Duas marcas da mesma franquia

Duas marcas da mesma franquia

Cada vez é mais comum que as grandes redes de franquia diversifiquem seus negócios criando dentro do mesmo segmento que atuam outras marcas para atingir um público diferenciado ou para vender produtos distintos.

A princípio não há qualquer problema nisso. Pelo contrário. Quanto mais forte e capitalizada a franqueadora, melhor para sua rede de franqueados, pois tudo tenderá a ser mais bem feito.

O problema ocorre quando os franqueados passam a enxergar nessa segunda marca, um concorrente direto.Isto porque, a princípio, do ponto de vista contratual, não há território a ser resguardado quando as marcas são distintas e, na visão da maioria das franqueadoras, a expansão de uma não tem necessariamente a ver a com a da outra.

Há casos que realmente não tem. No mundo da  moda, existem empresas que exploram dentro do segmento de vestuário feminino, públicos completamente diferentes e, assim, podem ter suas lojas literalmente grudadas, o que não faz a menor diferença entre eles.

Mas quando o segmento é o mesmo, o público se mistura e o que muda essencialmente é apenas o conceito? Não há nesses casos como não pensar na expansão levando-se em conta os franqueados já existentes na primeira marca.

Fato é que, seja qual for o caso concreto, o pensamento da franqueadora deverá sempre ser global e sopesar todos os aspectos envolvidos nas relações já estabelecidas, sem desconsiderar que o ‘novo’ negócio envolve muito mais do que somente a criação de mais uma marca.

Adequação ao sistema de negócios

Adequação ao sistema de negócios

Um dos aspectos mais importantes no mundo das franquias é o modelo de negócio x localização do ponto comercial. Simplesmente, o formato trabalhado pela franqueadora em todas as suas unidades deve se adequar ao perfil do público daquela região determinada.

Caso a localização for ruim, mudanças precisarão ser feitas. Serão necessárias adaptações para tornar o modelo de negócio, mais atrativo para o consumidor daquela região. Além de torna-lo mais competitivo dentro do mercado desse mesmo território.

Para evitar este tipo de problema, os franqueados devem fazer um estudo muito grande sobre a localização de seu negócio, antes de implanta-lo. Escolher um ponto ruim, pode custar muito dinheiro e gerar muitas discussões entre franqueador e franqueado, atrapalhando muito o empreendimento.

Portanto, podemos concluir que o estudo profundo sobre todos os aspectos de seu futuro negócio, é mais do que recomendável, é essencial.